Por que não experimentarmos coisas novas? Uma nova profissão, uma nova alimentação, uma nova crença. Ou simplesmente não mudar, apenas agregar, buscar novas versões da mesma ideia. Isso é possível, e você não tem que ter medo da opinião alheia, sabe porquê? Porque você é livre!
Viver em sociedade significa, entre outras coisas, seguirmos regras. Tudo bem, as regras servem para mantermos alguma disciplina, organização para convivermos bem, em união, uns pelos outros (deveria) e sabermos que a minha liberdade termina onde começa a do outro, isto é, sabermos os limites da nossa liberdade. No entanto, isso não significa perdermos o nosso ‘eu’. Somos seres únicos e devemos respeitar e admirar a singularidade de cada um.
Mas o que acontece é uma inversão da ideia de viver em sociedade. E com o advento da internet isso se tornou um problema maior. O espaço que deveria ser de informação e troca, tornou-se em um lugar de julgamentos, exposição de ódio e de rótulos, causando danos reais em muitas áreas da vida.

Não somos mercadorias
Até mesmo os algoritmos, utilizados na programação de otimizadores de buscas na internet, seguem uma sequência de instruções que refletem a maneira de pensar daqueles que criaram essa ferramenta. Eles agem de acordo com ‘rótulos’, sequências de informações pré definidas. Você precisa definir um tema, um assunto específico que irá rotular o seu canal nas redes sociais, por exemplo. Se não estiver bem rotulado, ele não entregará o seu conteúdo a mais pessoas.
Ok. Estamos falando em robôs, programas. Mas a analogia a ‘rótulos’ não fica só por aqui ou para o mais óbvio, os produtos. A rotulação é, de uma maneira ou de outra, utilizada de ser humano para ser humano.
É como se cada um de nós tivesse um rótulo com a descrição das nossas características: a nossa cor, nacionalidade, raça, classe social, nível de escolaridade, gênero, religião, modelo de alimentação e assim por diante. De acordo com o nosso rótulo somos colocados em um lote e separados dos demais. Por exemplo: católico, médico, classe média, vegetariano…

Esse não poderá mudar as suas características – ‘ingredientes’ -, correndo o risco de a sociedade lhe apontar o dedo e cobrar: “Comendo carne? Você não é vegetariano?” “Lendo um livro budista, você não é católico?” e assim por diante. Como se não bastasse as perguntas em tom de ironia, sarcasmo e reprovação, esse “produto” será afastado do seu lote por não seguir à risca a descrição do rótulo.
Sociedade
É como o sistema criado e mantido pela sociedade em que vivemos vê e age, mimeticamente (por imitação) e roboticamente. Para este sistema, somos como produtos fabricados em série, rotulados e divididos por lotes, metaforicamente explicando.
Absurdo não é? Não somos produtos! Somo seres humanos em constante evolução. E a evolução apenas é possível quando nos libertamos das amarras dos estereótipos, dos rótulos e quando experimentamos o ‘novo’, o ‘diferente’, quando buscamos informação, quando aprendemos.
Não somos todos iguais. Temos missões, propósitos e histórias diferentes. E cada um deve procurar aquilo que o faz evoluir, crescer enquanto ser humano. E isso só é possível quando nos informamos e experimentamos. Como escolher uma alimentação adequada às suas condições de vida e de saúde ou religiões e filosofias que respondam as suas indagações, entre outras.
E porque não a mistura de todas elas? Retirando o que cada uma oferece e que vai ao encontro do que você procura. Assim como a profissão. Porque não mudar um pouco ou radicalmente ou fazer diferente?
Leia aqui o relato de quando deixei de comer carne vermelha.
É natural que o que nos satisfazia e desafiava há cinco, dez ou vinte anos, ja não o seja. Nós mudamos, fisicamente, biologicamente, emocionalmente, psicologicamente, espiritualmente… E que bom que isso acontece! Estamos em crescimento.

E tudo bem se você mudar muito ou pouco ou quase nada. E se mudar e voltar atrás. De qualquer maneira, ao voltar atrás você não voltará ao mesmo, porque você não será a mesma pessoa. E mesmo quando alguma mudança pareça que deu errado, ela sempre trará algo de bom. Então, não tenha medo. E tente sempre que sentir que precisa.
Deixe os outros falarem, apontarem, eles estão com medo, inseguros ou com vontade de fazer o mesmo, mas sem coragem de o fazer. Porque ninguém que esteja satisfeito com qualquer área de sua vida aponta o dedo a outra pessoa. Apontam ao reflexo delas próprias, não a você exatamente.
Lembre-se, fazemos parte da sociedade, portanto, somos moldados por ela, mas também a moldamos. Façamos o nosso melhor em mudarmos o que não está bem, para vivermos todos bem em união.
Então, liberte-se. E liberte aos outros. Não aponte o dedo. Não levante bandeiras, pois a você também é permitido mudar. Permita-se mudar sempre que necessário. Evolua! Informe-se. Experimente e seja feliz!
Esta é a nossa visão e a missão aqui no A Gota. Fique bem!
Escrito por Vivian S. Ribeiro
Fotos: unsplash.com
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