Você já ouviu falar na Dieta AIP? Mais conhecida como O Protocolo Autoimune (AIP – Autoimmune Protocol), é um tipo de dieta que visa atenuar a inflamação, a dor e muitos outros sintomas de doenças autoimunes, tais como a doença inflamatória intestinal, doença celíaca, lúpus entre outras. Conheça um pouco mais sobre este modelo de alimentação.
O que são doenças autoimunes?
Um sistema imunológico saudável, produz anticorpos que atacam células estranhas ou prejudiciais em seu corpo. No entanto, em pessoas com doenças autoimunes, o sistema imunológico tende a produzir anticorpos que, em vez de combater infecções, atacam células e tecidos saudáveis causando uma série de patologias como as citadas acima, além de diabetes, psoríase, artríte reumatóide entre outras mais.

As disfunções autoimunes, mesmo quando tratadas, apresentam sintomas comuns, como: dor nas articulações, fadiga, dor abdominal, diarréia, danos nos nervos e confusão mental.
Apesar da sua origem ser multifatorial, englobando fatores genéticos e ambientais (tais como, infecção, estresse, inflamação e uso de medicamentos), uma hipótese está associada a danos à barreira intestinal (conhecida como Leaky gut, em inglês), a síndrome do intestino permeável. Que consiste na passagem de substâncias indevidas e que estão em excesso no intestino, para o resto do organismo.
Isso pode ser ocasionado pelo consumo de alguns alimentos, entre outros fatores.
O que é a Dieta AIP?
O Protocolo Autoimune (AIP) consiste na eliminação de certos alimentos da sua dieta durante várias semanas e na substituição desses alimentos por opções mais nutritivas, que ajudam a reparar o intestino e a promover o equilíbrio da sua microbiota intestinal.
O objetivo é o de observar os efeitos que essas substituições alimentares podem causar na sua saúde, principalmente se você tiver alguma doença autoimune.
Um exemplo é a eliminação de produtos que contém glúten ou lactose, já que muitas vezes são eles que causam respostas imunológicas anormais em pessoas intolerantes a estas proteínas.
A dieta AIP é semelhante a PALEO, com eliminação e substituição de alimentos, sendo considerada uma extensão dessa dieta, porém, mas rígida.

Como funciona a Dieta AIP?
O Protocolo Autoimune funciona, sinteticamente, em fases de eliminação de certos alimentos e na reintrodução dos mesmos.
Fase de eliminação
Nessa fase, são também retirados medicamentos que possam estar causando inflamação intestinal ou desequilíbrios da microbiota intestinal. Além de produtos e alimentos que podem causar alergias e reações indesejadas, como:
- Cereais (ex.: arroz, aveia, centeio…)
- Leguminosas (ex.: feijão, grão-de-bico, lentilhas…)
- Oleaginosas (amendoim, castanha-de-cajú, nozes…)
- Sementes (ex.: centelho, milho…)
- Vegetais solanáceos (ex.: batata, tomate…)
- Ovos
- Laticínios
- Óleos vegetais
- Aditivos alimentares
- Açúcares refinados e processados
- Café
- Álcool
- Tabaco
- Produtos processados
- Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como Ibuprofeno, Naproxeno, Diclofenaco e Aspirina em altas doses.
Você agora deve estar pensando: “mas o quê vou comer?”

Calma, no lugar destes alimentos, você deve consumir produtos frescos e ricos em nutrientes. Além de alimentos fermentados ou com algum teor de probióticos.
Além da alimentação, deverá melhorar o seu estilo de vida através de atividades físicas, relaxamento e melhorar a sua qualidade de sono.
Lei aqui sobre os Benefícios da meditação para a sua saúde. E dicas para melhorar a sua noite de sono.
Essa fase pode ser estendida até que a pessoa sinta uma melhora nos sintomas, o que pode acontecer entre 30 e 90 dias, ou em alguns casos, em apenas 3 semanas. Dependendo de organismo para organismo.
O objetivo desta fase é o de identificar quais alimentos contribuem para os sintomas. E reintroduzir todos os alimentos que não causam sintomas, continuando a evitar aqueles que causam.
Fase de reintrodução
Após a melhora dos sintomas, você começa a fase de reintrodução dos alimentos eliminados.
Durante esta fase, os alimentos devem ser reintroduzidos um de cada vez, permitindo um período de 5 a 7 dias de intervalo entre outro alimento. Isso para haver tempo de perceber se algum dos seus sintomas reaparece, com a reintrodução desse alimento, antes de continuar o processo de reintrodução de outros.
Na Dieta AIP, você deve escolher o momento mais adequado para reintroduzir os alimentos eliminados. Tendo o cuidado de o fazer em circunstâncias que não causem inflamação, como depois de uma noite mal dormida ou de um dia de muito estresse. Desta forma, espere o momento mais adequado para o fazer, quando você estiver bem.
Comece pelos alimentos que contenham menos substâncias que causam desconforto, como por exemplo, os laticínios. Ao invés de reintroduzir logo o leite (caso você beba), comece pelo iogurte.

Passos para a Reintrodução de alimentos:
- Escolha o dia e o alimento.
- Consuma uma pequena quantidade do alimento e espere cerca de 15 minutos para verificar as reações.
- Diante de algum sintoma, pare de imediato de o consumir. Se isso não acontecer, continue a consumí-lo e a observar os efeitos durante 2 a 3 horas, após o comer.
- Não havendo sintomas, você pode comer uma porção normal desse mesmo alimento. Em seguida, evite a introdução de um novo alimento por 5 ou 6 dias.
- Repita o procedimento.
O que pode e o que não pode na Dieta AIP
Sempre ao iniciar qualquer dieta ou alteração na sua alimentação, consulte um médico especialista antes. E principalmente para a Dieta AIP, visto ser bastante restritiva.
Alimentos a evitar
- Solanáceos, como tomate, batata, pimentão e berinjela
- Grãos (arroz, trigo, aveia, cevada, centeio e derivados)
- Leguminosas
- Laticínios
- Óleos vegetais (exceto os mencionados abaixo)
- Café
- Ovos
- Oleaginosas e sementes
- Álcool
- Aditivos alimentares, como açúcares refinados e gorduras trans.

Alimentos permitidos
- Alimentos fermentados e probióticos (kombucha, kimchi, chucrute, picles e kefir de coco).
- Vegetais variados, com exceção dos solanáceos e algas.
- Peixes e frutos do mar frescos e com qualidade. de preferência com alto teor de ômega 3.
- Frutas frescas, em pequenas quantidades.
- Adoçantes naturais, como mel, em pequenas quantidades
- Carnes orgânicas. (se você comer)
- Azeite de oliva, coco ou abacate.
- Ervas e especiarias que não são derivadas de sementes.
- Caldo de ossos.
- Chá verde e chá preto.
Dê preferência a alimentos pouco processados e mais naturais.
Existem diferentes Protocolos AIP. Alguns permitem certos alimentos e outros não. Aqui mencionamos o protocolo mais usual.
Além disso, estudos ainda estão sendo feitos sobre a relação da alimentação e do intestino permeável com as doenças autoimunes. No entanto, revelam uma melhora significativa nos sintomas após o uso da Dieta AIP.
Se você já experimentou esta dieta, compartilhe nos comentários a sua experiência.
Nota: Esta informação não dispensa a consulta de um médico especialista.
Fonte de referência: Health Line
Fotos: Unsplash
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