Um dos grandes desafios para os pais e responsáveis é a alimentação das crianças. São muitas as fases e desafios. Quando introduzir na alimentação determinado alimento, o que pode e o que não pode comer. Além de não faltarem opiniões e influências externas sobre o que as crianças comem.
Mesmo com a correria do dia-a-dia tentamos que nossos filhos se alimentem bem. Mas não é fácil. Pois não faltam tentações para levar os pequenos a comerem mal. Publicidade, oferta de brinquedos na compra de tal alimento, influencia dos amigos, e muita gente dando opinião.
E você, cozinhando todo dia para dar a melhor alimentação para as crianças, procurando informação e tentando seguir as orientações do pediatra. Mas mesmo assim, muitas vezes, você não consegue manter a criança comendo bem, em frequência, em quantidade e qualidade que você acha que deve ser.
Então você entra na internet e se sente a pior mãe e pai do mundo. Lá estão, pessoas perfeitas com filhos perfeitos. Isso sem contar os parentes, amigos e até a vizinha dando opinião sobre a alimentação dos seus filhos…

Mas antes de se desesperar, pare e reflita. Olhe para a sua criança: está ativa, brincado, o pediatra diz que está tudo bem? E você vê e sente que está tudo bem. Então relaxe. Você está fazendo certo.
Deixe de seguir contas nas redes sociais que lhe mostram um mundo perfeito que vai contra a realidade. Deixe que os outros falem. Mude de assunto quando começarem a falar da alimentação das crianças. Você é quem sabe.
A menos que você esteja intupindo as crianças com doces e comidas processadas, aí sim, você esta criando um mal muito grande para a saúde delas.
Evite causar ansiedade na criança a hora das refeições
O estresse em volta da comida e da hora das refeições só piora tudo. A criança precisa estar a vontade. Sirva pouco. E deixe que coma o que quiser. Apenas não substitua por outras coisas caso ela não coma tudo, ou nada. Espere uma hora pelo menos para dar alguma outra coisa. Ela precisa entender que tem que comer àquela hora e o que tem.
Leia aqui sobre parentalidade positiva.
Ofereça comida normal, que todos comem em casa, desde que comida de verdade. E sempre variado. Com frutas, legumes e verduras. A quantidade é a criança quem vai definir.
Assim como os adultos, as crianças também não são todas iguais. Algumas comem mais do que outras. Uma gosta mais disto ou daquilo, que outra. Respeite as individualidades, mas antes, sempre ofereça algo novo e veja se a criança prova antes de decidir se gosta ou não. E volte a tentar um tempo depois. Elas vão mudando. É normal.

Dicas para lidar com a seletividade na alimentação
Se naturalmente a criança for seletiva para comer, disfarce alguns alimentos importantes para a nutrição nos pratos que você servir. Por exemplo:
- Sopa de legumes em creme. Você não vai dar sempre assim, vai intercalar com a sopa em caldo e pedaços para que a criança acostume. Mas intercalando os dias com cada tipo de sopa, você garante que ela come os legumes ao mesmo tempo que ela vai acostumando a comer em pedaços. Isto serve para qualquer idade;
- Espaguete com molho verde. Você tritura os espinafres com um fio de azeite de oliva, uma pitada de sal e um pouco de creme de leite. Fica um molhinho verde delicioso;
- Feijão por si só já é gostoso e super nutricional, se você acrescentar mais alguns legumes bem picadinhos, passam disfarçados;
- Arroz com cenoura ralada, cozida junto;
- Crepes recheados com o que a criança gosta e algum legume junto. Até mesmo na massa do crepe (bater a massa com salsa ou espinafres);
- Batidos de frutas, sucos naturas sem ser coados, bolinhos fritos ou assados, bolos (com beterraba, ou suco de laranja, ou mandioca, coco…). Dá sempre para acrescentar mais alguma coisa.
Aí vem aquela opinião não pedida: “Mas assim você está enganando a criança”. Não. Você está garantindo que ela tem a nutrição que precisa enquanto ela mesmo não tem a noção da importância disto.
Veja aqui uma receita de brownie saudável.
No entanto, você estará dando estes alimentos também na sua forma normal para a criança experimentar. Mas intercalado. Você é quem sabe da sua realidade.

E uma vez ou outra a criança comer algo menos saudável não tem problema. O problema está na quantidade e regularidade com que come. Salgadinhos e bolachas recheadas tem que ser muuuuuuito de vez enquando. Nada de refrigerantes, ou pelo menos deixe só para as festinhas.
Mas o importante é que a criança não associe que comida saudável é “ruim” e a não saudável é “alegria”, já que nas festinhas pode, na casa da avó pode, o amiguinho pode… É tentar colocar ambos tipos de alimentos na mesma situação.
Procurar o equilíbrio é a chave aqui e em tudo na vida. Mas só você irá encontrar. O importante é levar tudo mais leve, sem pressão em você e na criança. Eles crescem e passam a decidir o que querem. O importante é dar a base de conhecimento e nutrição o mais natural possível.
Referências: Da vida! Tenho duas filhas seletivas na alimentação… Fotos: unsplash
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E para ajudar ainda mais no dia-a-dia com as crianças, fique com este guia de meditação para a hora de dormir: