O estresse faz parte da vida de todos e em todas as idades. Mas é preciso ter atenção aos sinais de muito estresse.
A seguir listamos algumas sugestões saudáveis que os psicólogos e psiquiatras dão para ajudar as crianças e adolescentes a lidarem com estados de estresse.
Por um curto prazo, o estresse pode ser benéfico quando é motivo de excitação, como praticar para uma apresentação na escola ou uma viagem. Mas o estresse a logo prazo, torna-se crônico. E aí o seu resultado é bem diferente.
A longo prazo, o estresse pode contribuir para uma longa lista de problemas de saúde física e mental. O estresse crônico pode causar pressão alta, enfraquecer o sistema imunológico e contribuir para doenças como obesidade e doenças cardíacas. Também pode levar a problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão – distúrbios que estão se tornando mais comuns na juventude.
O estresse nos jovens nem sempre parece com o estresse nos adultos. Juntos, jovens e pais podem aprender a identificar os sinais de excesso de estresse e, com as ferramentas certas, aprender a administrá-lo.

Fontes de estresse em crianças pequenas
Para as crianças pequenas, a tensão em casa é uma fonte comum de estresse. Como brigas ou divórcio. Grandes mudanças na vida, como um novo padrasto ou um novo lar, também podem ser difíceis para uma criança. Isso também acontece quando as mudanças são boas, como a chegada de um novo irmão.
A escola é outra grande fonte de preocupação para as crianças. Elas podem ficar estressadas em fazer amigos, lidar com agressores ou se dar bem com seus professores. Além dos testes e notas.
Em adolescentes
À medida que as crianças crescem, suas fontes de estresse se expandem. Os adolescentes são mais propensos do que as crianças a serem estressados por eventos ou situações fora de casa.
Assim como para as crianças mais novas, a escola continua sendo uma das principais fontes estressoras. Mas isso não é a única coisa que preocupa os jovens de hoje. Em uma pesquisa com jovens dos 15 aos 21 anos de idade nos EUA, mostrou uma significativa preocupação por parte deste jovens com questões vistas nas notícias, incluindo a violência e tiroteios em escolas, aumento das taxas de suicídio, mudança climática, tratamento de imigrantes e assédio sexual.
De ressaltar, que estas preocupações dos jovens norte-americanos não são tão diferentes dos jovens no Brasil, onde a estas somam-se a preocupação com a sua própria segurança e daqueles com quem se preocupam, a violência vivenciada no dia-a-dia e tantos outros fatores que são motivos de estresse para os adultos e vivenciados também, por crianças e jovens brasileiros.
Além de tudo isso, soma-se a preocupação em serem aceitos em grupos que se identificam, os relacionamentos românticos e a pressão dos próprios amigos para o uso de drogas e sexo. Por outro lado, são os amigos quem podem ajudar uns aos outros a superarem todas estas preocupações.
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Reconhecendo os sinais de estresse
Irritabilidade e raiva: as crianças nem sempre têm palavras para descrever como estão se sentindo e, às vezes, a tensão borbulha em forma de mau humor. Crianças e adolescentes estressados podem ser mais irritadiços ou briguentos do que o normal.
Mudanças de comportamento: uma criança pequena que costumava “ouvir bem”, de repente parece já não ligar ao que lhe é dito. Um adolescente antes ativo agora não quer sair de casa. Mudanças repentinas podem ser um sinal de que os níveis de estresse estão altos.
Problemas para dormir: a criança ou adolescente se sente cansado o tempo todo, dorme mais do que o normal ou tem problemas para adormecer à noite.
Negligenciar responsabilidades: se um adolescente de repente deixa de fazer as lições de casa, esquece as suas obrigações (que antes fazia sem problemas) ou começa a procrastinar mais do que o normal, o estresse pode ser um fator.
Mudanças alimentares: Comer muito ou pouco pode ser um sinal de estresse.
Ficar doente com frequência: o estresse geralmente aparece com sintomas físicos. As crianças podem reclamar de dores de cabeça ou dores de estômago.
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Lidando com o estresse em crianças e adolescentes
Dormir bem: O sono é essencial para o bem-estar físico e emocional. Os especialistas recomendam entre 9 a 12 horas de sono por noite para crianças de 6 a 12 anos de idade. Os adolescentes precisam de 8 a 10 horas por noite. O sono precisa ser uma prioridade para manter o estresse sob controle. Limite o uso de telas à noite e evite manter dispositivos digitais no quarto.
Exercício físico: A atividade física é um calmante essencial para pessoas de todas as idades. 60 minutos por dia de atividade para crianças de 6 a 17 anos é o recomendado pelos médicos.
Conversar: Conversar sobre situações estressantes com um adulto de confiança pode ajudar crianças e adolescentes a colocar as coisas em outra perspectiva e encontrar soluções.
Ter tempo para se divertir – e ficar quieto: Assim como adultos, crianças e adolescentes precisam de tempo para fazer o que lhes traz alegria, assim como momentos para simplesmente não fazer nada. Encontre um equilíbrio saudável entre atividades favoritas e tempo livre.
Sair ao ar livre: Passar um tempo na natureza é uma maneira eficaz de aliviar o estresse e melhorar o bem-estar geral. Pesquisas confirmam que pessoas que vivem em áreas com mais espaços verdes têm menos depressão, ansiedade e estresse.
Escrever: Expressar-se por escrito pode ajudar a reduzir o sofrimento mental e melhorar o bem-estar. Algumas pesquisas descobriram, por exemplo, que escrever sobre sentimentos positivos – como coisas pelas quais você é grato ou orgulhoso – pode aliviar os sintomas de ansiedade e depressão. Incentive que a criança ou adolescente escreva.
Praticar mindfulness: Um estudo de um programa de treinamento de mindfulness de cinco semanas para jovens de 13 a 18 anos, mostrou que estes experimentaram significativamente menos sofrimento mental do que os adolescentes que não praticaram esta técnica de meditação.
Cuide da sua família. E sejam felizes.
Referência: American Phycological Association. Fotos: unsplash
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